O primeiro trimestre ficou para trás, o nível de atividade econômica está acelerando e o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve apresentar crescimento mais significativo no segundo semestre, segundo o ministro da Fazenda. Guido Mantega comentou nesta sexta-feira (1) em entrevista o fraco desempenho do PIB no 1º trimestre, que avançou apenas 0,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
“Não houve nem aceleração nem desaceleração em relação ao último trimestre”, disse Mantega. “Nós vamos chegar no segundo semestre com as medidas de estímulo produzindo efeito, com crédito mais abundante, com mais crédito para o consumidor, de modo que deveremos alcançar taxas de crescimento mais próximas do que queremos. Esperamos crescer entre 4% e 4,5%”, acrescentou.
De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre deste ano, o maior destaque partiu da indústria, que mostrou crescimento de 1,7%, seguida pelo setor de serviços, com alta de 0,6%. O pior desempenho ficou com a agropecuária, que caiu 7,3% nos três primeiros meses de 2012. Mais uma vez, o consumo das famílias foi o responsável por "segurar" o PIB brasileiro no terreno positivo - 34º trimestre consecutivo de crescimento, com alta de 2,6% em relação a igual período do ano passado.
Peso da agricultura no PIB
Para Mantega, o resultado do PIB no 1º trimestre só não foi maior porque a agricultura teve um fraco desempenho no período (queda de 7,3%). “Embora a agricultura tenha peso pequeno, de cerca de 5% do PIB, ela teve uma queda de 7,3%, causada por problemas em algumas safras, quebra da safra de soja, de arroz, produção menor de arroz, de fumo.”
No entanto, Mantega destaca que tudo isso “são fatores sazonais, porque a agricultura brasileira vai muito bem, é uma das mais produtivas do mundo”.
'Indústria é a boa notícia'
A boa notícia, de acordo com o ministro da Fazenda, é que “a indústria cresceu bem neste período”, ao avançar 1,7% no 1º trimestre.
O destaque neste setor foi a indústria de transformação, enquanto que a extrativa mineral recuou no período. “A indústria, que ano passado, deu contribuição para um PIB menor, este ano está tendo desempenho melhor, o que significa que o cenário econômico para a indústria, as medidas que estão sendo tomadas, têm surtido efeito e farão com que indústria tenha melhor resultado em 2012 que em 2011”, comentou.
Ao comentar o resultado do setor de serviços, de 0,6%, Mantega destacou que o desempenho não foi melhor em razão do tópico intermediação financeira. “Ainda não conseguimos ter aumento de volume de crédito e queda das taxas de juros suficientes para estimular a economia, porém já estamos dando os primeiros passos nesta direção.”
Queda dos investimentos como ponto negativo
Para Mantega, o crescimento de 1% do consumo das famílias foi um bom resultado e é mais compatível com um crescimento maior do PIB ao longo do ano, assim como as despesas de consumo da administração pública. “O consumo das famílias e da administração pública estão estimulando um crescimento maior da economia”, falou Mantega.
Um ponto negativo, nas palavras do próprio ministro, foi o crescimento negativo da formação bruta de capital fixo. “A primeira coisa que desacelera quando tem crise internacional são os investimentos.”
Para Mantega, mesmo com crescimento de 0,2% do PIB no trimestre, “o emprego foi muito bem no Brasil”. “Se pegarmos os quatro primeiros meses do ano, tivemos a criação de 600 mil novos empregos, o que reflete o dinamismo da indústria, principalmente a construção civil e os serviços, que continuam indo bem e empregando mão de obra. Eu diria que este é um dos melhores resultados do mundo em termos de geração de emprego e é um excelente indicador econômico”, disse.
Mantega citou o aumento do desemprego nos Estados Unidos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, e do desemprego na Europa. “Este é um indicador excelente que o Brasil mantém. Mantendo aumento do emprego, aumento do salário mínimo e aumento da massa salarial temos um mercado consumidor que vai continuar estimulando o crescimento da economia.”
Importação X exportação
Ao comentar a expansão de apenas 0,2% das exportações, contra um incremento de 1,1% nas importações, Mantega disse que uma parte do nosso crescimento “vazou” para o exterior. “Cerca de 30% do crescimento do trimestre, não é pouca coisa, vazou para fora, o que demonstra a necessidade de continuarmos com medidas de defesa comercial, de modo que nosso mercado estimule a nossa produção.”
Para o ministro, o crescimento modesto das nossas exportações reflete a crise internacional. “Estamos diante de uma desaceleração de todos os países do mundo, os europeus estão próximos de uma recessão e mesmo os Estados Unidos estão demonstrando pouco dinamismo, crescimento modesto e, o mais preocupante, uma desaceleração da economia chinesa, da indiana e dos demais Brics.”
Protecionismo
Mantega negou que o governo tenha tomado, até o momento, algum tipo de medida protecionista. “Temos tomado medidas de defesa. Já há muito tempo que países exportadores têm praticado medidas de estímula disfarçada, como a manipulação cambial. Estávamos com câmbio valorizado que prejudicava nossa produção e nossa exportação. O que fizemos com relação ao setor automotivo foi nos defender destes subsídios disfaçardos e (...) elevar o IPI para produtos fabricados na zona franca de Manaus não é protecionismo.”
Mantega também garantiu que o governo não vê a necessidade de afrouxar a meta fiscal para estimular a economia. “Temos recursos suficientes para fazer estas desonerações, dar estes estímulos, sem mexer na meta fiscal. Vários países estão sofrendo por causa da sua meta fiscal e o Brasil dá segurança porque nossa situação é sólida”, completou.
“Não houve nem aceleração nem desaceleração em relação ao último trimestre”, disse Mantega. “Nós vamos chegar no segundo semestre com as medidas de estímulo produzindo efeito, com crédito mais abundante, com mais crédito para o consumidor, de modo que deveremos alcançar taxas de crescimento mais próximas do que queremos. Esperamos crescer entre 4% e 4,5%”, acrescentou.
De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre deste ano, o maior destaque partiu da indústria, que mostrou crescimento de 1,7%, seguida pelo setor de serviços, com alta de 0,6%. O pior desempenho ficou com a agropecuária, que caiu 7,3% nos três primeiros meses de 2012. Mais uma vez, o consumo das famílias foi o responsável por "segurar" o PIB brasileiro no terreno positivo - 34º trimestre consecutivo de crescimento, com alta de 2,6% em relação a igual período do ano passado.
Peso da agricultura no PIB
Para Mantega, o resultado do PIB no 1º trimestre só não foi maior porque a agricultura teve um fraco desempenho no período (queda de 7,3%). “Embora a agricultura tenha peso pequeno, de cerca de 5% do PIB, ela teve uma queda de 7,3%, causada por problemas em algumas safras, quebra da safra de soja, de arroz, produção menor de arroz, de fumo.”
No entanto, Mantega destaca que tudo isso “são fatores sazonais, porque a agricultura brasileira vai muito bem, é uma das mais produtivas do mundo”.
'Indústria é a boa notícia'
A boa notícia, de acordo com o ministro da Fazenda, é que “a indústria cresceu bem neste período”, ao avançar 1,7% no 1º trimestre.
O destaque neste setor foi a indústria de transformação, enquanto que a extrativa mineral recuou no período. “A indústria, que ano passado, deu contribuição para um PIB menor, este ano está tendo desempenho melhor, o que significa que o cenário econômico para a indústria, as medidas que estão sendo tomadas, têm surtido efeito e farão com que indústria tenha melhor resultado em 2012 que em 2011”, comentou.
Ao comentar o resultado do setor de serviços, de 0,6%, Mantega destacou que o desempenho não foi melhor em razão do tópico intermediação financeira. “Ainda não conseguimos ter aumento de volume de crédito e queda das taxas de juros suficientes para estimular a economia, porém já estamos dando os primeiros passos nesta direção.”
Queda dos investimentos como ponto negativo
Para Mantega, o crescimento de 1% do consumo das famílias foi um bom resultado e é mais compatível com um crescimento maior do PIB ao longo do ano, assim como as despesas de consumo da administração pública. “O consumo das famílias e da administração pública estão estimulando um crescimento maior da economia”, falou Mantega.
Um ponto negativo, nas palavras do próprio ministro, foi o crescimento negativo da formação bruta de capital fixo. “A primeira coisa que desacelera quando tem crise internacional são os investimentos.”
Para Mantega, mesmo com crescimento de 0,2% do PIB no trimestre, “o emprego foi muito bem no Brasil”. “Se pegarmos os quatro primeiros meses do ano, tivemos a criação de 600 mil novos empregos, o que reflete o dinamismo da indústria, principalmente a construção civil e os serviços, que continuam indo bem e empregando mão de obra. Eu diria que este é um dos melhores resultados do mundo em termos de geração de emprego e é um excelente indicador econômico”, disse.
Mantega citou o aumento do desemprego nos Estados Unidos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, e do desemprego na Europa. “Este é um indicador excelente que o Brasil mantém. Mantendo aumento do emprego, aumento do salário mínimo e aumento da massa salarial temos um mercado consumidor que vai continuar estimulando o crescimento da economia.”
Importação X exportação
Ao comentar a expansão de apenas 0,2% das exportações, contra um incremento de 1,1% nas importações, Mantega disse que uma parte do nosso crescimento “vazou” para o exterior. “Cerca de 30% do crescimento do trimestre, não é pouca coisa, vazou para fora, o que demonstra a necessidade de continuarmos com medidas de defesa comercial, de modo que nosso mercado estimule a nossa produção.”
Para o ministro, o crescimento modesto das nossas exportações reflete a crise internacional. “Estamos diante de uma desaceleração de todos os países do mundo, os europeus estão próximos de uma recessão e mesmo os Estados Unidos estão demonstrando pouco dinamismo, crescimento modesto e, o mais preocupante, uma desaceleração da economia chinesa, da indiana e dos demais Brics.”
Protecionismo
Mantega negou que o governo tenha tomado, até o momento, algum tipo de medida protecionista. “Temos tomado medidas de defesa. Já há muito tempo que países exportadores têm praticado medidas de estímula disfarçada, como a manipulação cambial. Estávamos com câmbio valorizado que prejudicava nossa produção e nossa exportação. O que fizemos com relação ao setor automotivo foi nos defender destes subsídios disfaçardos e (...) elevar o IPI para produtos fabricados na zona franca de Manaus não é protecionismo.”
Mantega também garantiu que o governo não vê a necessidade de afrouxar a meta fiscal para estimular a economia. “Temos recursos suficientes para fazer estas desonerações, dar estes estímulos, sem mexer na meta fiscal. Vários países estão sofrendo por causa da sua meta fiscal e o Brasil dá segurança porque nossa situação é sólida”, completou.
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