sábado, 24 de março de 2012


Classe C avança em número e renda

TRIBUNA DO NORTE - Publicação: 23 de Março de 2012 


São Paulo (AE e ABr) - O número de brasileiros que ascenderam à classe
C chegou a 40,3 milhões entre 2005 e 2011. Com isso, a classe C, em 
sete anos, passou de 34% para 54% da população. Os números fazem 
parte do estudo "O Observador Brasil 2012", divulgado ontem pela
Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas.

Júnior Santos

A ascensão tem fortalecido o poder de compra e o mercado interno
A ascensão tem fortalecido o poder de compra e o mercado interno

De acordo com o levantamento, em 2005, a classe C tinha 62.702.248 brasileiros. No ano passado, esse número havia subido para 103.054.685. Em 2010, eram 101.651 803 - ou 53% da população. O estudo, desenvolvido pela Cetelem BGN em parceria com a Ipsos Public Affairs, mostra que em 2011 as classes A e B representavam, juntas, 22% do total da população e as classes D e E somavam 24%.

De acordo com a pesquisa, a renda média familiar da classe C passou de R$ 1.107 em 2005 para R$ 1.450 em 2011 - crescimento de 30,9%. Já a renda média familiar geral da população passou de R$ 974 para R$ 1.618 - aumento de 66,1%. "O aumento da renda disponível em todas as classes sociais indica que houve maior contenção de gastos", destacou a equipe técnica responsável pela pesquisa.

De 2010 para 2011 o aumento da renda média familiar geral foi impulsionada pela classe C, única faixa da população em que foi observado crescimento. A renda dos integrantes da classe C passou de R$ 1.338 para R$ 1.450. Nas classes A e B, a renda média familiar caiu de R$ 2.983 para R$ 2.907. Nas classes D e E, o valor baixou de R$ 809 para R$ 792.

A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 23 de dezembro do ano passado. Foram ouvidos 1.500 entrevistados em 70 cidades com o objetivo de obter uma amostra representativa da população urbana do País. As classes sociais foram definidas de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), um sistema de pontos, fornecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta não a renda familiar, mas a posse de itens domiciliares e grau de instrução do chefe da família.

Apesar dos ganhos, intenção de consumo está menor

São Paulo (AE) - A pesquisa da Cetelem BGN mostra que a expectativa de consumo do brasileiro para este ano caiu em todas as classes sociais. O recuo na intenção de compra é notório em itens como carros, computadores, telefones celulares, móveis e atividades de lazer e viagens. "O brasileiro está um pouco mais cauteloso neste ano do que em 2011", afirmou o vice-presidente Comercial e de Marketing da Cetelem, Miltonleise Carreiro Filho.

De acordo com a pesquisa,  18% dos brasileiros consultados afirmaram que pretendiam comprar um carro em 2011, porcentual que caiu para 15% na pesquisa de 2012. O recuo foi maior entre as classes A e B, nas quais a intenção de comprar automóvel passou de 28% para 24%. Entre os consumidores da classe C, esse porcentual baixou para 15%, ante 18% na pesquisa anterior.

Quedas expressivas também ocorreram na intenção de aquisição de computadores pessoais (de 20% na consulta realizada no ano passado para 16% no levantamento relativo a 2012), telefone celular (de 25% para 17%), eletrodomésticos (38% para 30%), móveis (de 40% para 31%) e lazer e viagem (de 32% para 25%).

Houve manutenção da intenção de compra de propriedades - 11% dos consultados, assim como na sondagem anterior, pretendem adquirir imóveis em 2012. Na análise por classes, porém, a intenção da compra de imóveis caiu entre as classes A e B (de 20% para 16%), manteve-se em 10% na classe C e apresentou aumento entre os consumidores das classes D e E, ao passar de 6% em 2011 para 9% em 2012.

Otimismo

A pesquisa aponta que, apesar da queda na intenção de consumo neste ano, os consumidores seguem otimistas. "Este ano pode não ter o mesmo nível de consumo de 2011, mas a expectativa ainda segue positiva", afirmou Carreiro Filho.

Metade (50%) dos consultados acredita em crescimento geral do País neste ano, ante 60% em 2011. O consumo vai aumentar para 49% dos entrevistados, ante 53% que tinham a mesma opinião na pesquisa anterior. 

terça-feira, 6 de março de 2012

Economia brasileira cresce 2,7% em 2011, mostra IBGE (Postado por Lucas Pinheiro)

A economia brasileira registrou crescimento de 2,7% em 2011, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (6). Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 4,143 trilhões e o PIB per capita ficou em R$ 21.252. Em 2010, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 7,5%.

Por setores, o crescimento em 2011 foi o seguinte: agropecuária (3,9%), serviços (2,7%) e indústria (1,6%). O IBGE atribui o crescimento da agropecuária ao aumento de produção de diferentes culturas e aos ganhos de produtividade. “Na agricultura, quando você vê um aumento da produção, com uma diminuição da área plantada, existe um aumento da produtividade”, ressaltou Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE.

No mesmo período, na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 4,1% - oitavo ano seguido de alta. A despesa de consumo da administração pública subiu1,9% e a formação bruta de capital fixo teve expansão de 4,7%.

"O consumo das famílias deu uma desacelerada, mas a taxa se manteve em alta. A taxa de juros é uma das coisas que explicam a redução. A inflação mais alta e a crise mundial também são fatores que influenciam", disse o coordenador.

A previsão do mercado financeiro, apresentada na véspera, por meio do boletim Focus, do Banco Central, era de que o PIB teria uma expansão de 2,82%. A expectativa do Banco Central, que divulga a "prévia do PIB", apontava para uma expansão de 2,79%. A estimativa oficial da instituição para o crescimento da economia do ano passado, porém, estava em 3%.

Para Guido Mantega, ministro da Fazenda, a estimativa está próxima deste valor. Em fevereiro, o ministro apontou que esperava uma expansão "em torno de 3%" para o PIB de 2011, com uma aceleração do crescimento no quarto trimestre do ano. Isso porque, de acordo com os dados do IBGE, a economia ficou estagnada de julho a setembro, com crescimento zero.

Detalhes do PIB de 2011
Entre os setores pesquisados pelo IBGE, o de serviços , que mostrou alta de 2,7%, as maiores influências partiram de serviços de informação, com alta de 4,9%, e intermediação financeira e seguros, com crescimento de 3,9%.

Dentro desse setor, o comério avançou 3,4%, seguido de transporte, armazenagem e correio (2,8%).

"Ao longo de todo o ano de 2011, o crescimento da população empregada e da massa real de salários, ao lado da expansão do crédito ao consumo, sustentaram o crescimento das vendas no comércio", disse o IBGE, por meio de nota. Outros serviços e Administração, saúde e educação pública cresceram, ambas, 2,3%. Na sequência, aparecem serviços imobiliários e aluguel (1,4%).

Na indústria, terceiro setor pesquisado pelo IBGE, o destaque ficou com o crescimento de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,8%) e de construção civil (3,6%). "O desempenho da construção civil em 2011 é confirmado pelo aumento da população ocupada no setor, que acumulou crescimento de 3,9%", afirmou o IBGE, em nota.

Dentro da indústria, o subsetor extrativa mineral teve alta de 3,2%, com destaque para a extração de minério de ferro. Já a indústria de transformação ficou estável sobre 2010, com leve avanço de 0,1%.

"A indústria de transformação é o núcleo central de uma economia. Com essa turbulência no mercado externo, importações, decisões sobre consumo. Atividades que tem mais a ver com o resto do mundo tiveram mais impacto. Algumas atividades relacionadas ao mercado interno, tiveram menos impacto. De forma uniforme, toda a indústria de transformação caiu”, disse Ramos.

Também foram anunciados os números do desempenho do setor externo. As exportações cresceram 4,5%, e as importações, 9,7% - devido, principalmente, segundo o IBGE, ao "quadro a valorização do real verificada entre 2010 e 2011".

Investimentos e poupança
Na mesma divulgação, o IBGE anunciou que a taxa de investimento no ano de 2011 foi de 19,3% do PIB, resultado inferior ao registrado no ano anterior, quando alcançara 19,5%.

 No mesmo período, a taxa de poupança atingiu 17,2% em 2011 contra 17,5% em 2010.


Comparações trimestrais
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, com ajuste sazonzal, o PIB mostrou avanço de 0,3%. Por setores, registraram aumento a agropecuária (0,9%) e os serviços (0,6%). Já a indústria apresentou queda, de 0,5%. Nesta terça-feira, o IBGE revisou o PIB do terceiro trimestre de 2011, de 0% para -0,1%.

De acordo com o IBGE, no quarto trimestre de 2011, em relação ao terceiro, todos os componentes da demanda interna mostraram aumento: despesa de consumo das famílias cresceu 1,1%, e da administração Pública aumentou 0,4%. A formação bruta de capital fixo teve alta menor, de 0,2%. Pelo lado do setor externo, as importações cresceram 2,6% e as exportações, 1,9%.

No entanto, quando comparado ao último trimestre de 2010, o crescimento da economia foi de 1,4%. Dentre as atividades econômicas, a agropecuária  cresceu 8,4% e os serviços, 1,4%. Por outro lado, a indústria teve queda, de 0,4%. Essa queda, segundo pontuou o IBGE, foi puxada pela queda de 3,1% na indústria de transformação.

O IBGE atribui a alta da taxa da agropecuária ao aumento da produtividade e ao desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no trimestre e pelo crescimento na produtividade.

Na comparação do quarto trimestre de 2011 com o mesmo período do ano anterior, a despesa de consumo das famílias avançou 2,1% e da administração pública, 1,3%. A formação bruta de capital fixo aumentou 2,0%. As exportações subiram 3,7% e as importações, 6,4%.