sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PIB sobe 1,9% no 2º tri e encerra recessão; em um ano queda é de 1,2%


CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

Atualizado às 09h12.

A economia brasileira voltou crescer no segundo trimestre deste ano, com alta de 1,9% frente aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB (Produto Interno Bruto) teve recuo de 1,2%.

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A alta frente ao trimestre anterior configura que o país saiu do quadro de recessão técnica, quando há duas retrações consecutivas. No primeiro trimestre, a queda foi de 1% após revisão (a leitura inicial era de queda de 0,8%), e no quarto trimestre de 2008, o recuo havia sido de 3,4% após revisão (o dado anterior era de queda de 3,6%).

No acumulado do semestre, a economia caiu 1,5% frente aos seis primeiros meses de 2008.

Ao todo, a economia movimentou R$ 756,2 bilhões de abril a junho. A taxa acumulada dos últimos 12 meses (encerrados em junho) indica alta de 1,3% do PIB em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país. O indicador é composto por indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

O investimento, medido pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ficou estável em relação ao primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2008, houve retração de 17%. No acumulado do semestre, a queda foi de 15,6%, e nos últimos 12 meses, a queda chega a 2,2%. A taxa de investimento de abril a junho representou 15,7% do PIB, é a menor para um segundo trimestre desde 2003 (14,8%); em igual período em 2008, a taxa significou 18,5%. No acumulado do semestre, o investimento representou 16,1% do PIB, menor taxa desde o primeiro semestre de 2005.

O setor industrial teve alta de 2,1% frente ao primeiro trimestre. Em relação ao período de abril a junho do ano passado, a indústria caiu 7,9%. De janeiro a junho, a queda foi de 8,6%, e no acumulado em 12 meses, houve retrocesso de 3%.

Já o setor de serviços registrou incremento de 1,2% na comparação com o primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB dos serviços subiu 2,4%, assim como no acumulado do primeiro semestre, cujo avanço chegou a 2,1%. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, verifica-se alta de 3,1%.

O setor agropecuário, por sua vez, teve variação negativa de 0,1% na comparação com o período de janeiro a março deste ano. Em relação ao segundo trimestre de 2008, a agropecuária teve queda de 4,2%. A retração do setor chegou a 3% quando o desempenho de janeiro a junho é comparado a igual período no ano passado. Nos últimos 12 meses, foi constatado avanço de 0,2%.

O consumo das famílias teve aumento de 2,1% em relação ao primeiro trimestre. Quando confrontado com o segundo trimestre de 2008, nota-se alta de 3,2%. Ao longo do primeiro semestre, os gastos das famílias cresceu 2,3%, e no acumulado dos últimos 12 meses, acumula incremento de 3,5%.

O consumo do governo no segundo trimestre registrou variação negativa de 0,1% em relação ao primeiro trimestre. Sobre igual período em 2008, constatou-se crescimento de 2,2%. No primeiro semestre, registra alta de 2,5%, e nos últimos 12 meses, o aumento chega a 4,2%.

terça-feira, 9 de junho de 2009

PIB cai 0,8% no 1º trimestre; país está em recessão

Da Redação
Em São Paulo

(Texto atualizado às 9h20)

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,8% no primeiro trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores e 1,8% sobre igual período de 2008. O resultado confirma que o país está em recessão, já que no quarto trimestre, a economia brasileira contraiu-se 3,6%.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores correntes, PIB do 1º trimestre somou R$ 684,6 bilhões.

O resultado veio acima das expectativas. Pesquisa com 25 economistas realizada pela Reuters apontava que as projeções para a comparação com o quarto trimestre variavam entre -1,2% e -3,8%; a mediana das previsões ficou em -2,6%.

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O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui desde o pãozinho até o apartamento de luxo. O indicador é medido de três em três meses e no fim do ano.

Recessão ocorre quando a atividade econômica (produção, consumo, emprego) está em baixa. A crise econômica global está causando recessão em diversos países do mundo, inclusive nos ricos.

Uma indicação adotada internacionalmente, embora não seja unânime, para definir se há recessão é a queda do PIB em dois trimestres seguidos.

Na comparação com o quarto trimestre, a maior redução ocorreu na indústria (-3,1%), seguida pela agropecuária (-0,5%), enquanto os serviços apresentaram elevação de 0,8%.

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias teve crescimento de 0,7%, após variação negativa de 1,8% no trimestre anterior. Os gastos do governo subiram 0,6%. Já a formação bruta de capital fixo (FBCF, o mesmo que investimento) caiu 12,6% no primeiro trimestre de 2009, a maior redução desde o início da série nessa base de comparação (1996).

Os componentes do setor externo também apresentaram queda. As exportações de bens e serviços recuaram 16% e as importações de bens e serviços caíram 16,8%.

2º trimestre melhor
Os analistas acreditam que o PIB volte a registrar taxas positivas no segundo trimestre. "Já devemos ter crescimento, mesmo porque a base de comparação é bem fraca", afirmou Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.

A força dessa expansão deve ser a mesma que começou a melhorar no primeiro trimestre: o consumo, tanto das famílias quanto do governo.

"O consumo das famílias deve ser o fator principal de expansão do PIB nos próximos trimestres. No fechamento do ano, o consumo deve encerrar com alta de 1,56%. Se compararmos com o crescimento de 5,4% do ano passado, é uma desaceleração forte. Porém, não chegará a uma queda justamente pelo auxílio das medidas do governo e da melhora na liberação do crédito bancário", diz Marcela Prada, analista da Tendências consultoria.

Após quatro semanas de queda, a projeção para o PIB no final do ano voltou a melhorar, segundo o boletim Focus desta semana. O documento mostra que os analistas esperam que a economia brasileira termine 2009 com retração de 0,71%. Na semana anterior, a estimativa era de queda de 0,73%.

Otimismo não é compartilhado
Apesar da crença na rápida recuperação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma retração de 1,3% para o PIB brasileiro neste ano, o que seria o pior resultado dos últimos 19 anos.

Em 1990, a economia brasileira encolheu 4,35%. Para 2010, a expectativa é de recuperação, com crescimento de 2,2%.

(Com informações da Reuters)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Mantega diz que PIB vai crescer mais 2%




BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o pacote habitacional lançado ontem, que prevê investimento de R$ 34 bilhões em 1 milhão de moradias, deve movimentar R$ 60 bilhões, considerando também os recursos do setor privado.

Esse valor deve contribuir para um crescimento adicional da economia brasileira de 2 pontos percentuais, diluídos ao longo do período de atuação do pacote, segundo o ministro.

"Isso [o pacote] significa que o PIB [Produto Interno Bruto] crescerá 2% a mais com esse programa", disse Mantega durante a cerimônia.

"Podemos crescer muito, com solidez e sem risco, ao contrário do que ocorreu nas crises anteriores, fazendo uma política antcíclica e anti-recessiva por meio do aumento de crédito e de investimentos, de forma a abreviar a duração da crise", afirmou.

De acordo com Mantega, o programa "Minha Casa, Minha Vida" vai duplicar a construção de moradias no país. Além disso, afirmou que mobilizará uma cadeia produtiva que usa apenas insumos produzidos no Brasil, o que beneficia a economia sem trazer risco de causa déficit na balança comercial.

A estimativa de geração de emprego do programa é de 1,5 milhão de vagas, número divulgado pelo governo com base em estudo realizado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

terça-feira, 10 de março de 2009

Mantega reduz previsão para PIB e diz que ficou "difícil" crescer 4%



A queda do PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2008 levou o ministro Guido Mantega (Fazenda) a reduzir sua previsão de crescimento para 2009.

De acordo com Mantega, "ficou difícil" alcançar a meta de 4% traçada anteriormente pelo governo. O ministro avalia, no entanto, que é possível crescer acima das previsões do mercado, de cerca de 1,5%.

"Os mais pessimistas falam em crescimento de 1% a 1,5% para 2009. Acredito que podemos ter mais que isso. Ficou difícil atingir aquela meta de 4% que eu vinha falando, mas o governo continuará trabalhando para que a economia tenha o melhor desempenho possível", afirmou.

Mantega afirmou que a queda de 3,6% no PIB do quarto trimestre em relação ao trimestre anterior foi uma "redução considerável do crescimento".

"Essa retração se deu em todos os setores, porque boa parte da indústria parou de produzir para queimar estoques e fazer caixa. Tivemos até uma parada maior do que seria necessário pela dimensão da crise."

O ministro prevê que, no primeiro trimestre deste ano, já haverá uma recuperação em relação ao quarto trimestre. "Devemos ter o primeiro trimestre com um desempenho melhor, o que nos deixa distantes de um possível problema de déficit técnico [recessão]".

Segundo Mantega, a perspectiva é que o primeiro semestre também seja melhor que o último trimestre, porém inferior ao desempenho do ano passado.

"No segundo semestre a economia deverá retomar um crescimento maior. O PIB brasileiro em 2009 será positivo. Será um dos poucos países que terá um PIB positivo."