BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta sexta-feira as críticas ao desempenho da economia brasileira em 2009, ano que foi marcado pela crise financeira global.
Segundo números divulgados na véspera pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia nacional demonstrou recuperação no quarto trimestre. No entanto, isso não foi suficiente para evitar que o PIB do país fechasse 2009 com retração de 0,2 por cento.
Foi a primeira queda anual da nova série do instituto, iniciada em 1996. Considerando a série completa, entretanto, o desempenho do ano passado foi o pior desde 1992.
"Ontem saiu o resultado do PIB de 2009. Eu vi a cara de algumas pessoas na televisão falando do PIB. Alguns tinham até a ponta de um sorriso: 'finalmente nós pegamos o Lula porque o PIB dele não cresceu'", criticou o presidente durante discurso na cerimônia de conclusão da primeira etapa das obras de ampliação e modernização da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e inauguração da sua unidade de propeno, em Araucária (PR).
"Se tem um país em que o povo não vivenciou a crise foi esse aqui, porque o consumo por família cresceu 4,1 por cento", complementou.
Lula voltou a culpar segmentos da iniciativa privada pelas dificuldades econômicas enfrentadas pelo país no ano passado, e lembrou que o governo aumentou a oferta de crédito para combater os efeitos da crise.
"O que aconteceu no Brasil, e nós sabemos que aconteceu de uma forma brusca (...), foi que alguns setores empresariais ficaram com muito medo e deram um cavalo de pau nos seus investimentos", argumentou.
(Texto de Maria Carolina Marcello e Fernando Exman; Edição de Aluísio Alves)